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segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Exposição “Tudo isto é Fado...” ROCHA MAIA de hoje até dia 29 de agosto, na Galeria de Arte da LBV.




ROCHA MAIA : Em 2007, ROCHA MAIA ganhou um Prêmio no '1º Salão de Artes Plásticas de São João da Madeira'. Era um quadro a óleo de cores vivas e bizarras, estilo naif - que, sob o intrigante título 'Dos pés à cabeça é Lampião', lembrava o cotidiano dos cangaceiros do nosso nordeste, chefiados pelo lendário capitão Virgulino, o temor do sertão. Estranho como o artista ousou mandar para o certame luso um quadro temático do puro regionalismo histórico brasileiro; e mais estranho ainda como, dentre tantos e tão variados temas lusíadas, os apreciadores da arte portuguesa elegeram, justamente, um quadro de sabor estranho ao paladar local. Esse acontecimento passou a ser o divisor de águas na carreira artística de LUIZ ROBERTO ROCHA MAIA, um carioca nascido no dia de todos-os-santos de 1947 que se fez adulto em Teresópolis e, nos últimos trinta anos, se definiu em Brasília como funcionário público graduado, professor de administração, consultor de empresas - e promitente pintor que vai se consagrando e dividindo entre Brasil e Portugal. Na verdade, a semente da arte que a juventude descobrira no coração e no cérebro de Rocha Maia só iria eclodir e se expor, mansamente, quando chegasse o sol da tarde, depois que o calendário virou as primeiras páginas do novo milênio... e os seus cabelos e barbas se pintaram de branco. Entre as mostras meramente culturais e a busca por um reconhecimento profissional no mercado, Rocha Maia preferiu se manter no primeiro segmento, criando e produzindo suas obras nos momentos bissextos, puro amor à arte. Vieram, então, as participações nos mais diversos certames artísticos do país, começando por Brasília, onde obteve expressivas premiações nos salões da Marinha, conquistando, em seqüência ascendente, menção honrosa, terceiro, segundo e, finalmente, a consagração do primeiro lugar no Salão de Marinhas 2007 com a provocante tela 'Bem-vindo Seu Cabral... dois meses depois do Carnaval'. O prenúncio do sucesso já tinha surgido no ano anterior, na paulista Piracicaba, onde Rocha Maia emplacou o Prêmio destaque-aquisição na Bienal Naifs Brasil com duas obras inter-relacionadas: '500 Anos Antes' e '500 Anos Depois'. Seguir-se-iam premiações de idêntica importância em Bento Gonçalves-RS (1º lugar - Júri Popular), Niterói (Medalha de Ouro) e Rio de Janeiro (ESG, ADESG, Clube Militar), culminando com o 1º lugar e a Medalha de Ouro no XXV Salão Oficial Fluminense de Belas Artes-2008. A descoberta de Portugal A surpreendente premiação no 1º Salão Internacional de Artes Plásticas de São João da Madeira deu-lhe, ao lado da honra de ver sua obra aceita e inserida no acervo cultural da pátria de seus avós, a oportunidade de realizar um sonho acalentado, silenciosamente, desde os tempos da infância: visitar Portugal, sentir o apelo do sangue, a força histórica e cultural das raízes, reconhecer a existência dos Rochas e dos Maias, vagas lembranças que lhe haviam sido paternalmente implantadas na memória. Recebeu atenções jamais imaginadas, fez novos amigos, reconheceu parentescos, reciclou-se na história, passou a sentir-se um herdeiro da saga lusíada, sombra amiga que sempre o acompanhara. Abriram-se-lhe as portas, entrou e conheceu o interior das casas portuguesas, braços abertos se estreitando nos abraços, pão e vinho em cada mesa. E a voz nostálgica de Portugal, fado maior ou menor, cantado e chorado, banho balsâmico de pura emoção. E os azulejos escrevendo histórias nos interiores e nas fachadas, dos prédios e dos corações. Não foi à toa que os dois, fado e azulejos, fecundaram em parceria a sua criação. Feliz, mas já cheio de saudade, ROCHA MAIA voltou ao Brasil ansioso para, de alguma forma, retribuir um pouco do muito que recebera de Portugal. E a sua arte teria de ser a mensageira dessa doação. A gestação foi compulsiva, rápida, para não esquecer qualquer pormenor. E o resultado dessa faina febril e devotada está nos 50 depoimentos pictóricos que ele gerou embalado pelas letras e melodias dos fados que mais falaram ao seu coração - e que se transformariam na trilha sonora que ainda hoje o envolve e fecunda nas horas bissextas do atelier Luz Dourada, forno brasiliense onde crepita a sua ingênua inspiração. As obras que compõem a mostra “Tudo isto é Fado...” são pérolas cultivadas cheias de saudade e gratidão - que a Galeria de Arte da LBV mostra com exclusividade; em primeira mão, com abertura dia 18 de agosto, às 19:30h, estando aberta ao público até dia 29 de agosto, todos os dias, das 8:00h às 20:00h. Posteriormente a mostra fará uma digressão cultural e artística por Cabo Frio; e, em outubro, como filho pródigo, na serrana Teresópolis - cidade onde o pintor se fez homem... e se descobriu artista, ao dialogar em silêncio com a imagem instigante e mística do Dedo de Deus. (Por José Maria Carneiro)

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