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quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Exposição “Coisas Inúteis”. de Leopoldo Plentz em Porto Alegre.

O fotodocumentarista Leopoldo Plentz convida para a inauguração da exposição “Coisas Inúteis”. A abertura será hoje dia 23 de outubro, ás 20h na Galeria Bolsa de Arte que fica na rua Quintino Bocaiúva 1115, ali em Porto Alegre.


Coisas inúteis
O gosto por andar a pé, às vezes em ruas e lugares desprovidos de qualquer atrativo a não ser a feiúra, sempre fez parte do meu trabalho, seja como observador atento das situações urbanas, cenário e palco de nossos dramas e comédias, ou como alguém que, à procura de soluções interiores, se depara e se encanta com míseros objetos deitados ao chão. Talvez seja este o fio condutor destes trabalhos.No ensaio Coisas Inúteis exploro minúsculos achados: resquícios de embalagens, rejeitos amassados, destruídos, deformados. O ato de escolha era intuitivo, ver e recolher sem pensar, pois do contrário a razão se fazia mais forte e então, deixava prá lá. A seguir a fotografia era obtida no estúdio sem alterações significativas dos mesmos, não por propósito, mas porque eles, os objetos, se fizeram assim.As imagens foram obtidas colocando o que havia encontrado sobre o vidro do scanner, como que retomando o fotograma dos primórdios da fotografia. Este método me propiciou a coerência e uniformidade de iluminação que procurava. Os mais puristas poderão questionar se isto é fotografia, no entanto, fotografia quer dizer escrita com a luz. Igualmente é contemporânea em sua realização:
digital.Motivado pela vontade de experimentar novos caminhos e a liberdade proporcionada pela tecnologia para editar as imagens no computador - onde posso impor minha vontade às imagens, como eu faria no laboratório preto e branco -, passei a investigar as possibilidades plásticas da fotografia digital em cores.Neste ensaio parti da premissa de que somos a única espécie a produzir lixo e, para tal, estabeleci critérios de seleção: procurar na aparência dos achados formas que remetessem à figura humana; inverter a noção de escala, ampliando cerca de cem vezes o tamanho do original; explorar a materialidade das coisas como papel, plástico, metal; e pesquisar a cor, elemento novo no meu trabalho.
O supérfluo, o sem valor gerado pelo homem no processo e consumo de produtos úteis, se materializou em imagens das sobras de nosso cotidiano. Durante a elaboração do ensaio havia uma questão fundamental sempre presente: o que é inútil? Ou de outra forma: o que é essencial? Ao tentar responder estas questões fui procurar no banal: fantasmas de nossa existência. No desapercebido: beleza e fantasia de quem se deixa levar pelas sutilezas das formas e cores. E no ordinário o extraordinário.
Leopoldo Plentz

Um comentário:

Anônimo disse...

Hey, I love your photos....they are really nice...

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