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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

5 Perquntas...5 Fotos - Regina Santos.

1. Qual foi sua primeira máquina fotográfica... e quantos anos de fotojornalismo?

Tinha 12 anos, quando registrei os primeiros clicks numa love, trazida por meuirmão dos Estados Unidos. Isso mesmo, aquela câmera dos anos 1970 quetinha um flash quadrado, com lâmpadas que queimavam a cada foto tirada.
Em 1985, com 18 anos, resolvi me inscrever no Curso de Fotografia, do Ceub.O que parecia acaso representou um caminho a seguir. À medida que aprendia a manejar a câmera fotográfica, aumentava o anseio de penetrar em um novo mundo, que começava a se descortinar.
Depois de um ano, consegui comprar minha primeira câmera fotográfica. Só depois de quatro anos, fui contratada como fotógrafa. Nesse tempo, havia saído de Brasília, morava no Rio de Janeiro e trabalhava no jornal O Globo, na editoria Bairros, onde permaneci por dois anos, de 1989 a 1991. Durante este período, montei minha primeira exposição, intitulada Em Foco, composta por cartões-postais que retratam situações do cotidiano dos cariocas.
Nesta mesma época, conheci o fotógrafo alemão Claus Meyer, fundador da Agência Tyba. Homem de temperamento forte, apaixonado pela natureza,sabia como ninguém fotografar aves. Claus, que me convidou para ser sua assistente, marcou minha vida profundamente, tornou-se meu mestre. Ele me ensinou a ser paciente, perseverante, a perceber o momento certo de fazero click. “A busca por uma foto não tem limites", dizia. E desse tempo, nem acredito, já se passaram mais de 20 anos.
2. Vc foi uma das primeiras fotógrafas a realizar livros em coletividade com fotógrafos da cidade, inclusive eu fui um dos que tive o prazer de ter participado. Quantos livros vc já realizou e quais os novos projetos?

É verdade, em 2001, ao lado dos fotógrafos Edson Gês, Eugênio Novaes,Gláucio Dettmar, Jorge Cardoso e, você, Ivaldo Cavalcanti, publicamos o livroOlhos e Asas: realidade nos eixos. Com apresentação do professor CristóvamBuarque, a obra (Imprensa Oficial São Paulo e Editora UnB) retrata a rua e oobrigo, realidades presentes no cotidiano das crianças que sobrevivem ao caos urbano. Nesse tempo, 10 anos atrás, já víamos o descaso dos governantesc om crianças e jovens.
Antes, em 1995, publiquei Criança: realidade e sonho, com selo da Editora Salamandra, e, em 1998, Koikwa – Um buraco no céu (editoras UnB e LGE),um projeto fotodocumental inspirado na pesquisa cenográfica e teatral das
atrizes Larissa Malty e Clarice Cardel sobre os índios Kayapó, do sul do Pará.
Em 2001, registrei a reconstrução do Timor Leste, após o massacre do exércitoindonésio. Com o apoio de alguns instituições, consegui publicar o livro TimorLorosa’e (co-editado pela editoras UnB, Imprensa Oficial e Instituto Camões).A obra tem apresentação Xanana Gusmão e foi lançada no Brasil, Portugal eTimor Leste.
Um ano depois, percorri em dois meses cinco países africanos – Angola,Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe – e Portugal.O projeto desenvolveu um intenso diálogo com outros colegas fotógrafos.A partir de um levantamento iconográfico realizado nos países lusófonos,resolvi compartilhar o projeto convidando profissionais africanos, portuguesese brasileiros. A obra cresceu e resultou em 540 imagens que traduzem asingularidade dos povos lusófonos. O livro, Imagens de Língua Portuguesa,é a primeira publicação contendo fotografias sobre o cotidiano dos países-membros da Comunidade de Língua Portuguesa e foi lançado em novembro de2003 no Instituto Camões, em Brasília.
Quantos aos novos projetos, até o início de 2011, espero lançar um livro, ou melhor, todos os livros são verdadeiras crias... digamos que, no momento,estou esperando mais um filho.
3. Fazemos parte agora da Rede (Rede de Produtores Culturais da Fotografiado Brasil). Como vc vê este nosso avanço e qual é a prioridade que vc acha que devemos seguir?

Fico feliz com a iniciativa. No Brasil, precisamos de espaços para nos organizar, nos fortalecer, apresentar nossos projetos. Acredito que a Rede seja um desses espaços, mas ainda é necessário repensar fundamentos para essasredes integradas. O que não podemos é meramente institucionalizar, achandoque isso resolverá todos os nossos problemas. Sinto falta de um debate maisamplo. Acho que estamos começando a perceber a necessidade de nos reconhecer como agentes culturais transformadores...
4. Fale um pouco do Projeto Vamos Bater Foto?

Durante as viagens que fiz, surgia sempre a vontade de transmitir o que havia aprendido, e percebi que precisava compartilhar meu maior conhecimento, a fotografia. Em 2006, com patrocínio da Eletrobrás, por meio da Lei Rouanet,consegui desenvolver o projeto Vamos Bater Foto, no qual ensinei a arte de
fotografar a crianças e jovens das periferias dos grandes centros urbanos.
O projeto percorreu seis cidades brasileiras – Belo Horizonte, Brasília, Natal,São Luís, Fortaleza e João Pessoa. Aproximadamente 400 jovens de escolaspúblicas e comunidades de baixa renda participaram das oficinas de fotografia.Ensinei fotografia a 50 adolescentes atendidos pelo Programa de Erradicaçãodo Trabalho Infantil (Peti), em João Pessoa, e a 30 portadores de necessidadesespeciais, em Brasília. Em cada cidade, o resultado do projeto foi traduzido namontagem de exposição com as imagens captadas pelos fotógrafos-mirins.
Continuei, em 2007, o Vamos Bater Foto, com o patrocínio da Petrobras Distribuidora. Mais de 120 jovens de baixa renda de Taguatinga, Ceilândiae Riacho Fundo passaram a se expressar por meio da fotografia. Em 2008,contei com o apoio da Caixa Seguros para continuar o projeto, que representahoje, para mim, a concretização de um sonho.
O Vamos Bater Foto não parou por aqui: a ONG Transforme, que atua no atendimento de jovens dependentes químicos do DF, vem buscando recursos para desenvolver o projeto como atividade de reintegração desses jovens na sociedade.
5. Como vc vê a imprensa no século 21?

Hoje, a imprensa passa por uma crise, ou melhor, por transformações. Crise ou transformações, elas representam uma nova oportunidade. As mudanças impostas tão rapidamente pelas novas tecnologias nos permitem identificar queessas crises ou transformações sempre existiram, são contínuas ao longo dahistória da humanidade. É só lembrar como eram as redações com as antigas máquinas de escrever, os aparelhos de telex e os rolos de filmes.
Paralelamente às crises e transformações, hoje vivemos novos tempos,avançamos na democratização do uso e acesso aos meios de comunicação.Apesar do domínio dos grandes grupos e das imposições não tão camufladaspelos “donos” do quarto poder, hoje, com a internet, é possível disseminar informação, divulgar fatos e acontecimentos com rapidez e opiniões distintas.Texto e imagem passam a compartilhar espaço com a interpretação. Além de dominar as ferramentas tecnológicas, precisamos fazer o diferencial.


Regina SantosRS Produções e Comunicação


55 61 7814 108255*88*9756


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