terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Almira Rodrigues e Anand Rao no Projeto MúsicaPoética dia 25 de fevereiro 21 h, no Café com Letras na 203 Su.
Anand Rao e Almira Rodrigues estarão no projeto MúsicaPoética no dia 25 de fevereiro (quinta-feira), 21 h, no Café com Letras na 203 Sul, em Brasília com couvert à R$ 10,00 (dez reais).
Anand Rao é um músico que musica poemas no palco, textos em prosa, falas, enfim, tudo e é o idealizador do Projeto MúsicaPoética. Tem 04 cds lançados, 20 livros publicados e viaja o país e o mundo fazendo shows por onde passa.
Almira Rodrigues começou a escrever poesia há 30 anos e nos três últimos começou a ter vontade de publicar um livro com seus textos poéticos o que ocorreu em 2009 quando publicou “Afetos e Palavras”, pela Editorial Abaré. Desde então vem participando de eventos poéticos. Quando à influências poética cita Ana Cristina César, Paula Taitelbaum e Manoel de Barros. Como também a descoberta dos brasilienses Angélica Torres Lima, Luis Turiba, Nicholas Behr e Menezes y Morais. E no plano internacional gosta de Florbela Espanca, Anna Akmátova, Marina Tsvietáieva, Fernando Pessoa e Antonio Cisneros.
Nesta entrevista exclusiva ela fala de tudo um pouco:
Que achou do convite feito por Anand Rao para participar do Projeto MúsicaPoética?
Almira Rodrigues – Fiquei satisfeita e lisonjeada com o convite. Mas também fiquei assustada pelo inusitado do acontecimento. Ainda estou sob a emoção do lançamento do meu livro e Anand me demanda a leitura de meus poemas e uma parceria em que ele possa tocá-los; nos dois sentidos, de toque e de musicalização. É um desafio que vem se colocando.
O que achas da música louca feita pelo jornalista, músico e poeta Anand Rao, compondo tudo no palco na frente de todos, que achas dessa maluquice?
Almira Rodrigues – Essa vivência/experiência musical é ousada. A improvisação alude à criatividade, pegar um tema, uma palavra, um sentido e esgarçá-los, fazendo caminhadas musicais. As produções/estudos de Anand constituem um material rico que expande a sua capacidade de elaboração musical bem como a nossa escuta. E, especialmente, possibilita a comunicação entre pessoas. Ele está de parabéns por essa “maluquice” que vem circulando em diversas cidades e países.
Achas que a poesia é respeitada no Brasil e quais os melhores poetas vivos do Brasil?
Almira Rodrigues – A expressão poética não é tão considerada e respeitada como gostaríamos. No entanto, o mais importante é o cultivo de inúmeras manifestações existentes, e a busca de apoio para esta expressão artística, pois a poesia alimenta, expande sensibilidades e sentidos, podendo dar um colorido ao viver sofrido e adverso. Tenho dificuldades em nomear os melhores poetas vivos, porque estou imersa em um processo de descoberta. Cada poeta é um mundo por conhecer.
E Brasília dos panetones, cuecas e meias, respeita a poesia?
Almira Rodrigues – Acho que precisamos combater a imagem de Brasília como a cidade dos panetones, cuecas e meias. Mas precisamos, igualmente, combater o abuso de poder, a corrupção e o desrespeito à coisa pública que ocorre na capital e em nosso país. Os poetas de Brasília estão se movimentando para construir a cidade como a capital mundial da poesia. Em 2008, a cidade sediou a I Bienal Internacional de Poesia e neste ano receberá a II. Este é um acontecimento sui generis que se soma à história da vida artístico-cultural brasiliense, plural e inovadora. Esperamos e lutamos para que cada vez mais as políticas culturais, de caráter público e privado, sejam fortalecidas.
E o café com letras, que achas deste espaço?
Almira Rodrigues – O Café com Letras é um espaço especial em Brasília. Participa da vida e da produção cultural da cidade há mais de 10 anos. É uma excelente livraria e o café é simpático e acolhedor. O espaço aberto para eventos culturais como shows, debates e lançamento de livros é tudo de bom para a cidade. Vida longa ao Café com Letras!
O que você pretende ler no show?
Almira Rodrigues – Penso em seguir os passos do livro que publiquei. O meu trabalho se estrutura no que chamei de três tempos: o primeiro, de poesias com títulos, delimitadas; o segundo, de poesias enumeradas, em que cada fragmento puxa um outro; e o terceiro, de poesias agrupadas por temáticas. Luis Turiba, poeta de Brasília que escreveu a apresentação de meu livro, diz que ele é um longo poema, dividido e redividido, deixando ecos. Vou, então, escolher alguns fragmentos desse pequeno longo poema para compartilhar com as pessoas presentes.
Shows independentes alternativos só enchem quando enviamos e-mail, ligamos, convidamos, que achas disto?
Almira Rodrigues – Os shows independentes alternativos demandam um esforço de publicidade que tem sua especificidade, contatos diretos e uma rede pessoal de comunicação. No caso do Projeto MusicaPoética, tenho participado de vários shows e constato que eles tem um caráter intimista que gera um clima receptivo à participação das pessoas presentes. Ganha-se em interação, não apenas das pessoas da platéia com quem está a frente do show mas, também entre as próprias pessoas que estão presentes ao evento.
Há espaço para poesia na midia?
Almira Rodrigues – Sim, acho que sim. Também é importante criar novos espaços e ocupar os espaços existentes, em todos os tipos de mídia. O Correio Braziliense, por exemplo, publica diariamente poesias. A internet é um espaço livre e permite grandes invenções de movimentações poéticas. Ocorre que a dimensão poética se distancia do pragmatismo e da violência que imperam nas sociedades de hoje, e assim, acaba ficando um pouco de lado. No entanto, a poesia traz outras lógicas, outros mundos de palavras e afetos. Por isso mesmo, é uma expressão que atrai as pessoas e que não morrerá nunca.
Tens outra atividade, qual, e como casas a poesia com esta atividade?
Almira Rodrigues – A minha expressão poética é livre e despreocupada por não demandar exclusividade. Convive bem com minhas atividades cotidianas. Minha atividade central é a formação em psicanálise e o atendimento psicanalítico em consultório.
Alguma coisa ficou pendente que gostarias de colocar nesta entrevista?
Almira Rodrigues – Quero destacar que o Projeto MúsicaPoética tem reunido músicos, poetas e pessoas sensíveis a essas expressões artísticas, desde o início do ano. Isso é muito bom. Aproveito a oportunidade para lançar o desafio para que não nos dispersemos quando das pausas do Projeto MúsicaPoética no Café com Letras.
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Anand Rao Produções
www.anandraobr.com
anandrao477@gmail.com
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Quem sou eu
- Ivaldo Cavalcante
- Sou fotografo Profissional, 53 anos, 29 anos de profissão. Dois livros publicados: "Taquatinga duas décadas de Cultura" e " Brasilia 25 Anos de Fotojornalismo!" encontra-se a venda na Livraria Cultura.
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