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terça-feira, 8 de abril de 2008

livro "Paisagem submersa", dos fotógrafos mineiros João Castilho, Pedro David e Pedro Motta.

Pedro David, João Castilho e Pedro Motta.

Uma revisão contemporânea da linguagem do fotodocumentário, com a busca de equilíbrio entre o relato objetivo e uma visão poética marcada por uma intensa subjetividade é um dos conceitos que norteiam o livro Paisagem submersa, dos fotógrafos mineiros João Castilho, Pedro David e Pedro Motta. O volume é a mais nova publicação da Cosac Naify na área de fotografia, que já conta com mais de 40 títulos em seu catálogo, buscando preencher uma lacuna do mercado editorial brasileiro em relação ao crescente interesse pela produção nacional e internacional, tanto no Brasil quanto no exterior
Paisagem submersa narra por meio de uma seqüência de imagens a inundação de parte de sete municípios no nordeste do estado de Minas Gerais, para a formação do lago da Usina Hidrelétrica de Irapé, no leito do rio Jequitinhonha, bem como o processo de demolição das casas e a transferência de cerca de 1.100 famílias que foram obrigadas a se mudar para outras regiões. Em algumas localidades foram criados novos povoados para receber parte desta população.

Movidos pelo interesse em desenvolver um trabalho autoral e coletivo, João Castilho, Pedro David e Pedro Motta começaram a viajar para a região da inundação e a fotografar em 2002. De início adotaram o conceito de "documentário imaginário", termo pelo qual Chuck Samuels, diretor artístico do Mois de La Photo de Montreal, se referiu ao trabalho do grupo.

Por essa linha foi possível abarcar uma abordagem que transbordou do fotodocumentário clássico para se enveredar por uma forma de representação mais lúdica, que simboliza por meio da mutação da paisagem e da vida dos atingidos não somente o fato histórico em si, mas uma espécie de fábula mitológica que versa sobre os desígnios do homem, sua crença nas divindades do céu e seu apego a terra, tendo a água como elemento transformador, além das tramas emocionais e afetivas que ligam o homem e sua identidade cultural a um território. Território esse que passou a ser interpretado pelos três fotógrafos como um campo físico, concreto, mas, sobretudo, como um espaço indeterminado, cultural, imaginário.

Dessa forma os fotógrafos se aliam com a corrente mais contemporânea dos fotodocumentaristas que deixaram de lado a representação do mundo que visa estritamente comprovar a ocorrência de uma dada realidade em nome da percepção de que o ato de fotografar leva, inevitavelmente, à criação e à invenção de um mundo paralelo.

Mesclando imagens em cor e em preto-e-branco, ora mais descritivas ora de cunho mais sensorial, Paisagem submersa se estrutura como uma narrativa surpreendente, com imagens que nos conduzem a um universo particular onde a poética se infiltra por meio do uso adequado e original da luz, da cor e do arrojo das composições.
Fonte:www.cosacnaify.com.br

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