Edições de números já lançados anteriormente.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Mostra de Filme e Exposição de Kim-Ir-Sen - sobre Olhos D’ Água.















Trabalho do fotógrafo Kim-Ir-Sen sobre Olhos D’ Água será mostrado na Feira do Troca.

As fotografias em preto e branco foram feitas na década de 70 e serão expostas em dois ambientes: ao ar livre, no formato de banner, na praça onde acontece a feira, e em ampliações 35X45 cm no espaço Olhos D’ Arte. Também no período de 03 a 06 de junho será exibido o vídeo Santo Antônio do Olho D’Água.
Um pequeno povoado, encravado no Planalto Central, onde a energia elétrica ainda não havia chegado, o carro-de-boi era o principal meio de transporte das mercadorias e as mulheres trabalhavam no tear com o conhecimento adquirido de suas mães e avós. Nesse lugar, denominado Santo Antonio do Olho D`água e distante apenas 80 Km de Brasília, os habitantes conviviam em harmonia com a natureza e preservavam seus antigos valores culturais. Essa gente de hábitos simples, generosa e de olhar sincero encantou o jovem Kim-Ir-Sen. Várias fotografias expostas foram feitas em 1972 e significam um marco na vida deste fotógrafo e cineasta. Foi com esse primeiro trabalho em Olhos D’Água, aos 22 anos de idade, que ele se apaixonou pela fotografia e nunca mais a deixou.

Kim-Ir-Sen se tornou fotógrafo profissional, trabalhou na Folha de São Paulo e, de volta a Brasília, ajudou a criar a Ágil, agência que se tornou referência no fotojornalismo na década de 80. Em 1988 se transferiu para São Paulo, onde atuou como repórter-fotográfico em várias publicações, entre elas a revista Guia Rural, da Editora Abril. Em Goiânia, onde reside há 14 anos, Kim continua fotografando. Também leciona em faculdades de Comunicação e gerencia o seu Banco de Imagens, que em breve poderá ser totalmente acessado via Internet.

O filme



Quando retornou a Goiânia, em 1996, Kim decidiu colocar em prática os seus projetos cinematográficos. Um deles encontrava-se na gaveta há muitos e muitos anos. Eram as imagens em preto e branco, captadas no povoado de Olhos D`Água por ele e mais três amigos naquele ano de 1972, naquele começo de tudo. A idéia era editar um documentário no formato 16mm, mas isso não foi possível devido ao desgaste sofrido pelos negativos em 27 anos. Decidiu-se então elaborar um vídeo reunindo imagens em movimento e fotografias. Um dos recursos utilizados foi retornar a Olhos D’Água, apresentar as imagens colhidas no passado e registrar, em áudio, a emoção de alguns habitantes, entre eles descendentes daqueles antigos moradores do lugar. As imagens em movimento também foram mescladas com fotografias feitas por Kim de 1972 a 1979.

O filme “Santo Antonio do Olho D’Água foi mostrado pela primeira vez durante o I Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA), em junho de 1999, na histórica cidade de Goiás e que ainda preserva os valores da vida simples do interior. Olhos D’ Água, felizmente, também não perdeu totalmente a sua pureza. Tanto que continua atraindo outros jovens nos finais de semana e também não são poucas as pessoas que trocaram a agitação da cidade grande pelo sossego do lugar e hoje ali vivem, inclusive incentivando a produção do artesanato local e a preservação do cerrado.


Kim-Ir-Sen Pires Leal, 59 anos, goiano de Anápolis, é fotógrafo, cineasta, professsor universitário e pós-graduado em antropologia visual. Fotos de sua autoria fazem parte do acervo audiovisual do país e um de seus filmes, “Passageiros da Segunda Classe”, já recebeu nove importantes premiações, entre elas a do Festival Internacional “É tudo verdade” (2002) e a de melhor filme no 34º. Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (2001). O documentário “Roque Pereira” foi um dos vencedores do VI FICA – Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental. Trabalhou como fotógrafo da Folha de São Paulo e da Editora Abril. Em 2007, recebeu do Conselho Estadual de Cultura do Estado de Goiás a Medalha do Mérito Cultural.


Poema




Três Fazendas

Santa Rosa São Domingos São Tomé Uma grande fé em Santo Antônio Um cerradão arrampado e um Olho d’Água Foi nos quarenta Escorado no dia do SantoNasceu, cresceu como toda cidadeConheceu seu apogeu, festas famosas,Romeiros,Milagres... Ai..Um prefeito talvez Talvez uma estrada, Para uma nova capital(Que não lá passava)Destino.. não!Deixou do que resta Um resto de cidade Gente humilde.Coisas jogadas,

Uma serraria

Movida a águaAlguns carros de bois E monjolos lentos A venda de “Seu” InacinhoUm cemitério semimortoUm sapateiro JoãoUm Pedro FueiroUm marceneiro OlimpioUm ferreiro festeiroToda lentidão do mundoUma igreja aos cuidadosDe um homem padre“Seu” ClementeUma escola velha e abandonadaE ainda vivem para contar histórias, Os fundadores “Seu” Geminiano, da São Domingos.João e Juvenal Parente da Santa Rosa.São Tomé morreuSó não morreuA simplicidade daquele povo Tão sincero. Tão brasileiro.

Kim-Ir-Sen 1973

Nenhum comentário:

Visitas

a href="http://easyhitcounters.com/stats.php?site=olhoaguia" target="_top">Counter
Free Counter

Quem sou eu

Minha foto
Sou fotografo Profissional, 53 anos, 29 anos de profissão. Dois livros publicados: "Taquatinga duas décadas de Cultura" e " Brasilia 25 Anos de Fotojornalismo!" encontra-se a venda na Livraria Cultura.
Powered By Blogger

Enquete:Quem e o melhor fotojornalista brasileiro?

Arquivo do blog